“A gente acha que é Mulher Maravilha e daí descobre que tem câncer” disse uma ex-paciente

 

Por Claus Jensen, com fotos de Marlise Cardoso Jensen

A empresária Adriana Santi, deu um depoimento emocionado durante a cerimônia de lançamento da camiseta Outubro Rosa, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (14/09/18). Essa é a primeira etapa da campanha que acontece durante o mês da Okberfest. Foi também um testemunho do importante apoio que a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) oferece quando alguém como Adriana, recebeu o diagnóstico de que estava com câncer maligno e agressivo.

 

 

“A gente sempre acha que é mulher maravilha, e de uma hora para outra descobre que tem câncer. Há dois anos atrás, eu senti um nódulo (seio), mas achei que não fosse nada, só uma íngua. Foi durante o Outubro Rosa, que meu marido disse para procurarmos um médico e me trouxe à rede. Aqui me encaminharam à mamografia, fiz o preventivo e o ginecológico, sem nenhum custo. Quando os primeiros exames retornaram, a médica sugeriu para dar continuidade ao atendimento, porque poderia ter alguma coisa. Fui encaminhada ao Hospital Santo Antônio e soube que se tratava de um câncer maligno e agressivo. Elas nos acolhem muito bem, nos sentimos como se fosse o colo de nossa mãe, avó, com todo esse carinho”, explicou.

Em dezembro Adriana fez a sua primeira cirurgia. Desde então foi acompanhada pela equipe da rede, que tem fisioterapeuta, psicóloga, ambulatório e oferece todo apoio moral. Foram 4 sessões de quimioterapia vermelha, outras 12 da branca, e mais 30 de radioterapia. “Terminei meu tratamento em dezembro de 2017 e continuo vindo na rede, não mais como paciente, e sim como voluntária. Como recebi minha vida de volta [fala emocionada], estou dando ela para quem mais precisa”. A rede tem várias áreas, uma indústria de amor diz Adriana, que além de cuidar do brechó, é uma das patrocinadoras da camiseta.

 

 

Outro depoimento emocionante, foi de Vera Caresia, que contou com o apoio da rede quando enfrentou um câncer há 18 anos. Nos últimos 15, atua como voluntária. Ela comentou que sua mãe também foi diagnosticada com a doença e sentiu o quanto faltou um trabalho como o desenvolvido na RFCC. “Nós somos do interior, e na época, não tínhamos informação sobre o trabalho da rede. Não sabíamos direito para quem recorrer e o que fazer. Já quando aconteceu comigo, fui muito bem recebida pela RFCC. Depois me tornei voluntária, virei coordenadora e procuro sempre participar de forma atuante. Não gosto de ficar fora, me sinto muito bem aqui”.

A ex-paciente diz que sente a importância de seu trabalho voluntário quando dá apoio às mulheres recém diagnosticadas e elas buscam as perucas no início da quimioterapia. Ela também lembrou quando telefonam para que as pacientes façam a mamografia ou simplesmente para ajudar no enfrentamento desse momento tão delicado. “Estamos fazendo diferença na vida das pessoas, como um dia fizeram diferença na minha”, finalizou Vera, muito emocionada.

 

 

Como parte da divulgação do Outubro Rosa e com a participação de patrocinadores, a Rede Feminina de Blumenau produz a cada ano com um design diferente, camisetas alusivas à Campanha. O destaque desse ano é a simbologia usada para chamar a atenção, com a frase: “O que te desafia, te transforma”, e a estampa da flor de cerejeira.

 

 

A estudante de moda Betina Marinho desenvolveu a ideia, que na sua concecpão, mostram toda felicidade, amor e força.“Mas também traz a delicadeza com as flores no cabelo. Achamos que a flor representa bem a luta pelo câncer que todas mulheres tem”, disse a jovem que teve um caso de câncer na família (sua bisavó). Betina trabalha na empresa de seus pais e desenvolve produtos para clientes. Para buscar inspiração costuma viajar bastante.

 

 

As mulheres acometidas por câncer tem uma perspectiva de vida melhor com o trabalho da RFCC, diz a presidente da entidade sem fins lucrativos, Maria Christina Dorigatti. “Na rede feminina ela encontra todo apoio e carinho, com uma equipe multidisciplinar que supre todas as necessidades. Agora também temos atividades físicas, porque vimos o quanto faz bem para nossas mulheres. Nossa fisioterapêuta trouxe o Insuptape, um diferencial que se resume a bandas elásticas que ajudam a drenar o inchaço. Ela foi fazer um curso em São Paulo, já está aplicando a novidade na rede e teve ótimos resultados”, disse Dorigatti.

 

 

Primeiro foram confeccionadas 9.360 camisetas através dos 56 patrocinadores, 11 a mais do que ano passado. A venda delas ajuda muito nos custos para manter a entidade, que conseguiu vender quase todas e teve que pedir ajuda às empresas patrocinadoras para chegar a 10 mil, que era a meta inicial.

As camisetas serão vendidas a R$ 25,00 a partir do dia 19 de setembro, em horário comercial, na sede da entidade, localizada na Rua Itajaí, nº 150, no bairro Vorstadt.

Com 45 anos de história, a RFCC atende 220 pacientes mastectomizadas e também trabalha na prevenção de vários tipos de câncer, com a realização de consultas, exames e palestras.

Confira a programação do Outubro Rosa 2018 em Blumenau:

Setembro:
Dia 19 – Início das vendas das camisetas Outubro Rosa RFCC Blumenau
Dia 30 – Pintura da ponte Ponte Comendador Souza e Silva Centro

Outubro
Dia 3, às 19h30: Culto Ecumênico na Igreja Luterana do Centro
Dia 5, às 19h30 – Café Colonial na igreja Assembleia de Deus
Dia 7, às 19h – Missa Outubro Rosa na Catedral São Paulo Apóstolo
Dia 19 – Dia D Escadaria da Igreja Catedral São Paulo Apóstolo
Dia 21, às 9h – Saída do Parque Ramiro Ruediger para a 8° Caminhada Outubro Rosa
Dia 24, às 19h30 – Missa Outubro Rosa na Igreja São José Operário, no bairro Itoupava Central
Dia 25 – Jantar Outubro Rosa Tabajara Tênis Clube
Dia 28, às 8h – Corrida Rosa Run
Dia 31 – Almoço de encerramento Outubro Bellagio Gastronomia Rosa 2018

Além dos eventos da programação oficial, merece destaque também o grande número de palestras e encontros em empresas, escolas e postos de saúde promovidos pelo setor Educacional da Rede, que levam informações sobre a importância da manutenção de unia boa qualidade de vida para prevenir doenças e buscar atendimento especializado ao primeiro sinal das enfermidades que mais acometem as mulheres.