Dia tenso para exportadores de frangos

Foto: arquivo/Secom
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Por Andréa Leonora, editora da Coluna Pelo Estado

A terça-feira (22/01/19) foi de informações desencontradas ou, no mínimo, pouco elucidativas. A primeira bomba chegou com uma matéria publicada na coluna Vaivém das Commodities, do jornal Folha de São Paulo, assinada pelo jornalista Mauro Zafalonno, que informava que dos 58 frigoríficos habilitados pelo Ministério da Agricultura brasileiro para exportar carne de frango para a Arábia Saudita, restaram apenas 25 na lista dos árabes, o maior mercado importador do produto brasileiro.

Na nota, o jornalista citava especificamente os frigoríficos catarinenses BRF e JBS. E ainda tratou a medida da Arábia Saudita como uma possível represália à manifestação do presidente Jair Bolsonaro de que poderia transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel. Na página do Ministério da Agricultura, o título da matéria não deixava claro que o que houve foi um descredenciamento e trata a lista de 25 credenciados como uma vitória e não como um recuo, que foi o que de fato ocorreu.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lançou nota, assinada pelo presidente Francisco Turra, informando que critérios técnicos levaram à decisão dos sauditas e que planos de ação corretiva estão em andamento para a retomada das autorizações de exportação. A Arábia Saudita e a China, com 14% e 11% respectivamente, foram os maiores mercados importadores de carne de frango do Brasil em 2018.

Como dos 58 frigoríficos brasileiros habilitados a exportar para a Arábia Saudita até o ano passado só 30 mantinham o fluxo de exportações, a decisão afetou efetivamente apenas cinco plantas industriais. Somente no final da tarde, a Secretaria de Estado da Agricultura divulgou uma matéria afirmando que Santa Catarina continua habilitada a exportar carne de frango para Arábia Saudita, por meio de cinco plantas frigoríficas: a Seara de Itaiópolis, de Itapiranga e de Ipumirim, e a BRF de Capinzal e de Videira. “Ainda não há informações sobre plantas catarinenses impedidas de exportar”, diz a matéria. Talvez hoje os fatos e os dados sejam mais esclarecedores.

A Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) deve se manifestar oficialmente sobre toda a situação envolvendo os frigoríficos exportadores de carne de frango para a Arábia Saudita, Em uma informação preliminar, estima-se que pelo menos duas plantas de Santa Catarina terão que fazer novas adequações para atender as exigências dos sauditas.