John Mueller segue tendência de grandes artistas e realiza audição de “Na Linha torta”

Foto: Samuel de Oliveira
Foto: Samuel de Oliveira

 

Por Claus Jensen

Na noite da última quinta-feira (8/02/18), aconteceu a audição do novo disco de John Müller “Na Linha Torta”. O evento reuniu, no Teatro Edith Gaertner da Fundação Cultural de Blumenau, amigos, músicos, parceiros musicais, e alguns veículos da imprensa como OBlumenauense. Nesse formato, não houve show, as músicas foram reproduzidas por som mecânico e o artista principal ficou no palco.

 

Foto: Claus Jensen

 

Uma rápida introdução antes de cada canção, dava detalhes de como foram produzidas ou compostas. Entre elas um forró com participação de um músico de Brusque; e “Cambalhotas” que contou pela primeira vez com a voz de sua esposa na gravação de um CD.

 

Foto: Claus Jensen

 

O formato de audição, pode ter sido inédito em Blumenau. John disse que observou que em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, os artistas fazem esse tipo de audição antes de divulgarem o trabalho ao público. No evento, geralmente feito na casa do artista, são convidados amigos, alguns críticos de arte e os músicos que tocaram juntos.

“Eu pensei: cara, vou fazer nesse formato para ver se as pessoas vão curtir. Talvez eu esteja abrindo uma porta para que outros artistas também promovam uma audição. Eu gostaria de participar de uma. É legal porque temos um feedback dos formadores de opinião, músicos, imprensa, quase escolhidos a dedo”, destacou.

 

Foto: Samuel de Oliveira

 

Para produzir o novo disco, foi convidado Jorge Helder, conhecido músico e produtor do Rio de Janeiro, que já tocou com grandes artistas da música popular brasileira (MPB). No CD anterior, “Por um Fio”, Mueller foi à capital fluminense gravar com destacados músicos nacionais; mas neste novo trabalho, Helder veio para Santa Catarina. A gravação foi feita no estúdio da produtora The Magic Place, em Florianópolis, com a banda composta pelos amigos e sempre parceiros; Mazinho Silva (guitarra), Jimmy Alan (bateria), Caio Fernando (baixo), Rafael Girardi (piano e teclado) e o irmão Juan Mueller (percussão).

 

Foto: Claus Jensen

 

“O Jorge gostou dessa experiência de vir para cá e tocar com minha banda. Ele ficou encantado com a qualidade musical dos nossos músicos. Ficamos gravando uma semana na excelente estrutura de som do estúdio The Magic Place. Esse segundo disco tem mais a nossa cara, mais nossa raiz, alguns até dizem que está melhor que o primeiro”, disse John Mueller.

O lançamento oficial do disco “Na linha torta” será às 19h deste sábado (17) no SESC de Jaraguá do Sul. “Em Blumenau já estamos vendo uma data, mas a previsão é de que a apresentação seja só em março. No dia 10 abril, temos show marcado no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis, além de estarmos verificando apresentações no Rio de Janeiro e São Paulo”, destaca Mueller. As cópias do CD ainda estavam sendo impressas, mas no dia 16 de fevereiro, todas as músicas estarão disponíveis nas plataformas digitais.

Entre as preferidas de John, a canção Maré Rasa, é que tem sido trabalhada desde 2017. “É uma música minha e do Gregory, que levamos para o festival de música na Costa Rica, e também já está mais conhecida pelo grande público. Quando ela foi produzida com a participação da Ana Paula da Silva (cantora e compositora de Joinville), teve uma repercussão muito grande na internet, com 700 compartilhamentos (Fanpage do artista) e 25 mil visualizações, por pessoas de todo Brasil,” finaliza John.

 

Foto: Samuel de Oliveira

 

Uma música em especial, “Cambalhotas”, teve a participação vocal de Fabi Félix, esposa de John há 11 anos, e que prefere atuar nos bastidores. “Eu já cantei com o John em eventos, como festivais, mas nunca em um CD. Não sou profissional, a música é uma paixão e acho que isso me uniu a ele. Gosto de ficar nos bastidores, dando apoio, torcendo, mas também sou bastante crítica, e costumo dar sugestões e ideias. Eu brinco que sou a produtora dele, dou dicas na capa do CD, iluminação ou repertório”, comenta Fabi .

No dia da gravação da música “Cambalhotas”, Fabi estava no estúdio em Florianópolis, dentro da cabine do produtor, mexendo no notebook e cantarolando a música que estava sendo gravada. “De repente o produtor virou para mim com uma cara séria. Pensei que iria levar uma bronca, mas ele disse: “você vai cantar, estou pensando em umas brincadeiras”. Em seguida pediu para o John parar de cantar e deixar eu tomar o seu lugar. Foi muito divertido, porque ele ia brincando com as melodias, que no fim tirou de mim várias vozes de uma só’, conclui Fabi. Para ela, que participa muito da vida musical e a construção do sonho de John, aquilo foi um presente que concretizou essa caminhada ao seu lado.

 

Foto: Claus Jensen

 

Gregory Haertel é um dos parceiros preferidos de John Müller, responsável por boa parte das letras de suas composições. Na audição foi a primeira vez que Haertel tinha escutado as músicas do novo CD finalizadas. Ele não soube ao certo em quantas foi parceiro desse CD, mas lembrou que além dele, outras várias foram compostas com amigos em comum. Uma delas com Sandro Dornelles, um artista de São Paulo que ele chamou de genial. “O John é um amigão meu, que gosto prá caramba. Quando ele faz as músicas e pede para que eu escreva as letras, fazemos despretensiosamente, porque gostamos. Mas para o CD, foi ele que escolheu as músicas, que às vezes acabam mudando com os arranjos, diferente do que era só quando ouvimos com voz e violão” comentou Haertel.

Apesar de ter gostado de todas as músicas, “Maré Rasa” também é a preferida de Gregory. “Achei que o clipe ficou muito legal, com a participação da Ana Paula da Silva, além do arranjo, que ficou lindíssimo. Também gosto muito do jeito que ficou Cambalhotas”, finalizou.

A canção “Na Linha Torta” tinha na letra original de Gregory a palavra bebê, que foi pedida para ser trocada por outra. A solução foi “alguém”. Haertel disse que ficou muito tranquilo em relação a essa substituição, confiante de que eles fizeram a melhor escolha. A música tem a participação de Guinga, um dos maiores violonistas do Brasil.

 

Mazinho Silva disse que já está acostumado a trabalhar com o John, mas chama a sua atenção o quanto ele tem evoluído cada vez mais como cantor e compositor. “Admiro essa vontade dele tentar sempre algo melhor para o seu trabalho; e de como vai atrás para realizar os seus sonhos. Entre as músicas que mais gosto de tocar, são as que me dão maior liberdade de improviso. Tem também as músicas decoradas, mas é na improvisação que me solto mais e deixo minha identidade musical”, conclui Mazinho, considerado por muitos, um dos melhores guitarristas do país.

 

O baixista Caio Fernando, parceiro musical há pelo menos 10 anos, destacou o fato da gravação ser feita com os músicos de Blumenau. “Estamos acostumados a tocar juntos. Alguns arranjos fizemos com a direção do Jorge, o que ajudou a fluir muito no trabalho”, comentou Caio. Para ele a música “Noites Febris” foi a que deu mais prazer em tocar, porque tem poucos elementos e a sonoridade correta. “Foi muito bacana quando chegamos com nossos arranjos, e Jorge Helder, com toda a sua experiência, deu uma lapidada em tudo, que acabou dando à música um toque pop em formato bem acessível”.

 

E o que dizer desse disco? Um belíssimo trabalho, em que cada música é saboreada por quem é fã de MPB, como eu. Sinto orgulho em ter tantos tantos talentos de Blumenau que estiveram juntos nesse trabalho de John Mueller. Após a audição, os convidados saborearam um coquetel, quando trocaram ideias sobre o novo disco.

 

Foto: Samuel de Oliveira

 

Foto: Samuel de Oliveira