La Stalla: o único restaurante de Blumenau especializado somente em fondues

 

 

Matéria da família Jensen: texto de Claus, fotos de Marlise Cardoso e suporte de Nikolas

Deixamos para completar a série de matérias “Três noites de fondues em Blumenau”, um estabelecimento que completou 9 meses e é especializado no prato, não importa a época do ano.

Os proprietários Sidnei Dickmann, de 37 anos, e Josiele dos Anjos, de 32, se inspiraram em uma viagem para Gramado (RS), onde observaram que lá os restaurantes de fondue oferecem a iguaria o ano todo. Segundo Sidnei, além dos blumenauenses, o restaurante deles recebem muitos clientes de outras cidades que vem de longe saborear a sequência de queijo, carnes e chocolate.

 

 

O casal nunca trabalhou na área de gastronomia. Ele é técnico de metalurgia e tinha uma empresa na área em Rio dos Cedros, apesar de ser natural de Salete (SC). Josiele é paranaense nascida em Pitanga (PR), mas veio para Blumenau com 2 anos.

Quando decidiram abrir o negócio, encaminharam toda a documentação, mas depois o contador ligou cobrando um detalhe importante: qual o nome? Foram quinze dias que tiraram o sono de Josiele com muitas sugestões e pesquisas, mas ainda não tinha chegado ao nome ideal. Um dia ela parou para analisar sobre o que existia antes naquele local onde hoje está o empreendimento. Era um estábulo, foi daí que surgiu La Stalla, resultado criativo baseado no italiano stabile.

 

 

Em Gramado, eles se inspiraram na decoração e no ambiente do restaurante Le Belle Canto. Foi lá também que começou a pesquisa pelo queijo derretido que utilizam, porque cada uma das 10 casas especializadas em fondue tinha uma receita diferente. Josiele pesquisou bastante até chegar na fórmula atual que mistura os tipos suíços emmental e gruyère. Ele vem acompanhado de batata baby, pão, brócolis, aipim noisette, batata rústica, polenta e goiabada.

 

 

O fondue de carnes, tem pedaços de contra filé bovino, lombo suíno, frango e linguiça calabresa. Elas são assadas pelo cliente sobre um suporte com pedra onde é espalhado sal para que tempere as porções ao serem colocadas.

 

 

O segredo está nos doze molhos que acompanham, todos caseiros e feitos por eles. “Nós temos pesto, chimichurri, pimenta, abacaxi, curry, tártaro, alho e óleo, rosé, farofa, barbecue, mostarda e mel, além do meu preferido que é um espanhol, receita da Josiele”, disse Sidnei. O mais apreciado pelos clientes é o de abacaxi que no preparo leva gengibre e louro. Alguns até querem comprar e levar para casa. Já o de curry, feito com ervas bem caseiras, também é dos mais solicitados na casa.

 

 

Para finalizar, como é de praxe, vem o fondue de chocolate, acompanhado de frutas como morango, abacaxi, uva e banana. Também vem junto o wafer, marshmallows e tubetes. Nosso jantar foi harmonizado por um vinho tinto cabernet sauvignon chileno da Concha y Toro. Foi uma excelente sugestão da casa.

 

 

O valor da sequência é de R$ 69 por pessoa nas quartas, quintas e domingos. Já nas sextas e nos sábados, o valor aumenta para R$ 79 por pessoa. Crianças de até 6 anos não pagam, entre 7 e 11 pagam a metade e acima de 12 o valor integral.

Um detalhe muito importante é que a casa só atende com reservas pelos telefones (47) 3378-0126 e 99259-6961. O Restaurante La Stalla funciona entre quarta-feira e domingo, a partir das 18h30min.

 

 

 

A escolha do local para montar o negócio

O restaurante La Stalla fica localizado na Rua Leopoldo Kostetzer, nº 580, no distrito Vila Itoupava. Quando começaram a analisar lugares para instalar o negócio, fizeram uma pesquisa de campo em Indaial e no Centro de Blumenau. “Um dia estávamos tomando café, quando veio a ideia de abrir na Vila itoupava. Aqui ainda não tinha muito incentivo na área gastronômica, mas é uma região serrana, bem arborizada, com uma diferença de temperatura que chega a 4°C quando comparada ao pé da serra”, lembrou Josiele.

 

 

Juntos os dois construíram quase tudo sozinhos. Hoje o espaço conta com 60 lugares e quinze mesas, mas a rotatividade de clientes é menor. Uma sequência de fondue demora um pouco mais do que as refeições normais para ser consumida.

Com uma equipe pequena, eles se desdobram para preparar e servir os pratos, atender e cobrar os clientes. Sidnei gosta da vida no campo, é ele quem alimenta os animais que o casal mantém no sítio, além de cuidar da manutenção do terreno. Josiane cuida de toda parte administrativa e financeira, além de pesquisar novas receitas.

Quem entra no terreno já se encanta com o ambiente rústico e muito aconchegante. Uma lagoa em frente logo chama a atenção. Os gansos soltos respeitam tanto Sidnei, que não fazem mal a ninguém. Primeiro estavam presos em uma área separada, mas toda vez que escapavam encantavam as crianças. Agora eles fazem a alegria da criançada que chega perto, sem ser ameaçada. Mas basta fechar o restaurante, que viram excelentes “aves de guarda”.

O ambiente interno, quase todo de madeira, a bicicleta com uma história especial, logo chamam a atenção na entrada. Os encostos das cadeiras revestidos com lã de carneiro, a lareira no meio do salão principal, os quadros feitos com rolhas, todo detalhe lembra uma casa de campo, que realmente está em uma área rural.

Ao ser questionado sobre a distância dos principais locais gastronômicos, Sidnei diz que as pessoas querem buscar locais diferentes. “Hoje temos clientes de Jaraguá do Sul, Curitiba, Massaranduba, Luiz Alves, Ilhota, Guaramirim, Brusque, entre outros. Um problema de quem se baseia em aplicativos como o Waze, é serem orientados a usar uma estrada de chão no topo da serra”, disse o empreendedor.

Apesar desse acesso pelas ruas Ervin Eichstdt e Saxônia ter uma distância mais curta, é cheia de curvas, rodeado de mata e sem sinalização. O ideal é continuar pela SC-108, passar pelo trevo da Vila Itoupava e pegar a segunda rua (Friedrich Bieging) à direita, que é reta e toda asfaltada.